Você tomou de mim as noites tranquilas. Me deu coragem pra enfrentar o medo do escuro.
A mulher livre, que queria ser livre, mas se aprisionava em si, redescobriu a liberdade. Não a liberdade tátil. A liberdade dos instintos antes tolhidos. Liberdade pra sentir a beleza e a dureza da entrega.
Incondicional. Avassaladora.
Antes de você havia dentro de mim um vazio.
Um oco. Um útero.
Dentro de mim se fez uma vida. Que cresceu dentro do meu corpo. Que cresceu
dentro da minha alma. Que se alimentou do meu alimento. Que vingou do meu
sangue. E do meu sangue viveu e ao mundo veio.
Uma vida.
Uma vida livre.
Um luto. Uma revolução
Você me libertou de mim. E dói.
Dói porque é livre demais. E isso me
fere. E me alimenta também.
Dentro de mim havia um vazio.
Que trasbordou.
Que escorreu por todos os cantos de mim.
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